sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Artigos interessantes - O envelhecimento e a nutrição

Inicio a coletânea com a  Dra. Jocelem Mastrodi Salgado* Profa. Titular de Nutrição – LAN/ESALQ/USP a qual  escreveu um artigo muito interessante sobre o tema, que o coloco  integralmente aqui:




Envelhecer com dignidade: nossos pais e avós merecem cuidados especiais , anossas crianças e adolescentes representam nosso futuro, por isso precisam estar bem cuidados e merecem de nós toda a atenção. Tudo mundo sabe disso. Os nossos idosos representam aqueles que dedicaram suas vidas para que pudéssemos ser o que somos, por isso são dignos de todos os cuidados e atenção. Nem tudo mundo sabe disso.A diferença entre o "novo" e o "velho" está numa regra aparentemente cruel do mercado: enquanto os jovens representam consumidores para a vida toda, e por isso merecem todas as atenções, o idoso é visto como um consumidor terminal, em quem não compensa mais investir.
Esse conceito perverso já foi superado nos países em desenvolvimento. Lá, os idosos, que estão vivendo cada vez mais, estão merecendo cada vez mais atenção do mercado e da mídia. Representam uma fatia nas vendas cada vez mais importante.
Em países como o Brasil, isso ainda não acontece. A grande maioria dos idosos interrompe sua vida de trabalho com uma aposentaria miserável ou sem aposentadoria alguma. Ficará na dependência de outros familiares, cujas necessidades e preocupações serão outras. Ou ficará sozinho, sem condições nem físicas nem financeiras de se proporcionar uma vida com um mínimo de dignidade.

As nossas crianças e adolescentes representam nosso futuro, por isso precisam estar bem cuidados e merecem de nós toda a atenção. Tudo mundo sabe disso. Os nossos idosos representam aqueles que dedicaram suas vidas para que pudéssemos ser o que somos, por isso são dignos de todos os cuidados e atenção. Nem tudo mundo sabe disso.
A diferença entre o "novo" e o "velho" está numa regra aparentemente cruel do mercado: enquanto os jovens representam consumidores para a vida toda, e por isso merecem todas as atenções, o idoso é visto como um consumidor terminal, em quem não compensa mais investir.
Esse conceito perverso já foi superado nos países em desenvolvimento. Lá, os idosos, que estão vivendo cada vez mais, estão merecendo cada vez mais atenção do mercado e da mídia. Representam uma fatia nas vendas cada vez mais importante.
Em países como o Brasil, isso ainda não acontece. A grande maioria dos idosos interrompe sua vida de trabalho com uma aposentaria miserável ou sem aposentadoria alguma. Ficará na dependência de outros familiares, cujas necessidades e preocupações serão outras. Ou ficará sozinho, sem condições nem físicas nem financeiras de se proporcionar uma vida com um mínimo de dignidade.

Solidão e doença:
Já falei da "terceira idade" em outras oportunidades. O tema também já foi tratado em dois dos meus livros, "Faça do Alimento o seu Medicamento", e "Pharmacia de Alimentos", ambos publicados pela editora Madras. Pois retorno a esse assunto convencida de que ainda há muita coisa a dizer com relação à qualidade de vida e a alimentação dos nossos pais e avós.
O primeiro fato é que não se pode isolar alimentação das outras circunstâncias que cercam o envelhecimento. O envelhecer é um processo que implica desde a história psicossocial de cada um e suas relações familiares, até suas condições financeiras e de saúde.
Genericamente, diz-se que aqueles que tiveram uma vida adulta rica e gratificante, que se lembram das suas vivências como satisfatórias, terão mais facilidade para se adaptar ao envelhecimento. Note que esta é uma condição que não pode ser lembrada lá na velhice, quando soará como uma cobrança cruel. São comportamentos e atitudes que deveriam ser cultivados ao longo da vida, como qualquer outra ação preventiva.
As condições financeiras têm tudo a ver com a qualidade do envelhecimento. O idoso que tem recursos próprios pode arcar com profissionais que cuidem dos vários aspectos de sua vida, do lazer à saúde e à alimentação. Nos países mais desenvolvidos, o idoso aposentado recebe do Estado proventos suficientes para que arque com as custas de um "abrigo" ou pague ele próprio suas necessidades, do aluguel às compras. Isso garante um certo nível de bem-estar, mas não evita a solidão e a desnutrição, itens que estão nos primeiros lugares nas causas de morte dos idosos.
Em países em desenvolvimento, como o Brasil, os idosos se encontram no nível mais baixo do abandono. Entre aqueles que se aposentam com carteira assinada, a média de pagamento vai de R$ 180 a R$ 300. Entre a população que trabalha, metade não tem carteira, portanto nada receberá quando um dia parar de trabalhar, por doença ou incapacidade total de conseguir seu sustento.
Ao idoso não restará outra alternativa senão a de recolher-se a um espaço na casa dos filhos, quando tiver filhos e eles tiverem espaço e consideração. Refugiar-se em asilos privados, com os valores cobrados, nem pensar. Nos asilos públicos, quando encontrar uma vaga, poucas vezes encontrará o acolhimento mínimo necessário. Em todos os casos, a tendência é que a auto-estima e a dignidade do idoso sejam reduzidas a quase nada. Sem vontade nem motivações para viver, ele limitará sua alimentação a um mínimo necessário para continuar seu dia-a-dia. E cairá doente, será hospitalizado e não tardará a morrer. 

A ameaça da desnutrição:
Esse quadro dramático é mais freqüente nos grandes centros, onde o morador não sabe o que está acontecendo com o vizinho do lado. Amigos relataram que na França, em edifícios onde moram muitos idosos sozinhos, os porteiros têm a função de bater na porta dos moradores para saber se precisam de ajuda, e se estão vivos.
A cultura do brasileiro, pelo menos fora dos grandes centros, não compartilha de tanta frieza. Embora os asilos estejam repletos, e as filas para os asilos sejam enormes, a maioria das famílias tende a ser solidária com seus idosos. O que não significa que estejam cuidando bem deles. 

É este, justamente meu objetivo ao falar dos nossos pais e avós. Mesmo quando estamos dispostos a recebê-los ou a cuidar deles, não significa que sabemos fazer o melhor por eles. A falta de conhecimento, ou de recursos, faz com que um número enorme de idosos sofra de desnutrição. Nos EUA, por exemplo, 5% a 22% dos idosos que moram com a família sofrem de desnutrição protéico-energética. Nos idosos que estão em instituições, são 59% os desnutridos. E entre os hospitalizados, essa porcentagem sobe para 65%.
No Brasil, estima-se que 1,3 milhão de idosos estejam com baixo peso por conta da desnutrição. E que mais de 15% dos idosos consumam menos de mil calorias por dia, metade do necessário. 

Mastigar e engolir:
É preciso lembrar que as pessoas idosas têm necessidades diferentes, embora essa possa parecer uma afirmação que não tem nada de novo. A mais simples dessas necessidades é a alteração na capacidade de mastigação e deglutição dos alimentos.
É muito comum nos idosos a perda de dentes, a colocação de dentaduras que não se ajustam, além da redução das secreções salivares e da diminuição do olfato e da capacidade de engolir.
Cito um trabalho que foi feito na cidade geriátrica, em Piracicaba (SP), por minha equipe da ESALQ, em parceria com a Fundação de Gastroenterologia e Nutrição de São Paulo - Fugesp. Uma das primeiras constatações foi a dificuldade de mastigação desse grupo de idosos. Quando os alimentos passaram a ser oferecidos em pedaços menores, e muito bem cozidos, os moradores da casa passaram a comer mais e a ganhar peso.
Outras mudanças foram feitas. Os pratos passaram a ser variados, equilibrados, com ingredientes de diferentes cores, e com sabores que não se repetiam. Os idosos que se alimentavam sozinhos em seus quartos foram incentivados a comer no refeitório. A alimentação deixou de ser uma obrigação e passou a ser um momento de prazer e de convívio. Sem aumentar os custos da instituição, conseguimos uma significativa redução nas internações e no consumo de medicamentos. 

Depressão e desnutrição
Há outros aspectos que gostaria de lembrar com relação à alimentação e saúde dos nossos idosos. Há alguns sinais que indicam um possível início de desnutrição, ou apontam para uma doença que pode estar sendo instalada.
Um desses sinais é a perda de peso, que pode estar associada à dificuldade de mastigação, com perda de dentes ou dentaduras. Mas que pode indicar outros problemas de saúde. Outro sinal de alarme são os indicadores psicossociais. Aqui contam desde a depressão e a tristeza pela perda de um cônjuge ou familiar até a solidão e a vida solitária. Casos de alcoolismo e de abandono total de cuidados são comuns nessas fases. 
Essas situações podem ser agravadas pela falta de dinheiro para comprar alimentos e pelas precárias condições em que vive o idoso.
Mesmo tendo algum dinheiro, ele terá de ir ao supermercado, escolher seus alimentos, prepará-los e preparar sua própria mesa. Precisará de conhecimentos mínimos sobre nutrição, alimentação balanceada, saber como armazenar os alimentos, e garantir que sua geladeira esteja funcionando corretamente.
Vivendo na casa de um parente, ele precisará ser considerado de forma a poder dizer o que tem vontade e de que forma poderá contribuir com a família.
Desrespeitar alguém mais velho é a maneira mais ordinária de desrespeitar nossa própria relação com a vida. Pense nisso
Fonte
* Dra. Jocelem Mastrodi Salgado, Professora Titular de Nutrição da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP). É autora dos livros "Previna Doenças — Faça do Alimento o seu Medicamento" e "Pharmacia de Alimentos — Recomendações para Prevenir e Controlar Doenças", ambos publicados pela editora Madras. E-mail: jmsalgad@esalq.usp.


Outro artigo igualmente interessante que  engloba a  Nutrição: 


Alimentação Equilibrada e Orientada Pode Garantir Maior Qualidade de Vida
Nos últimos anos a melhora das condições de saúde e de tratamento tem feito com que o número de idosos venha crescendo tanto no mundo quanto no Brasil. Este fato, segundo Dr. Mauro Kleber de Sousa e Silva, especialista em clínica médica e suporte nutricional pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral pela AMB - Associação Médica Brasileira, faz com que novas preocupações e investimentos sejam feitos na identificação de particularidades que possam propiciar um melhor atendimento a pessoas desta faixa etária.

É sabido que o envelhecimento causa alterações no corpo que podem interferir com a alimentação e o estado de
nutrição de uma pessoa. São comuns, segundo Dr. Mauro Kleber, as alterações do paladar e do olfato, com redução na percepção dos sabores salgado, doce e ácido. Embora não interfiram diretamente na ingestão alimentar, ocorrem com freqüência, a redução da salivação e menor capacidade de mastigação. Seja por falta de dentes ou pelo uso de dentaduras mal adaptadas e de diversos distúrbios da deglutição. Todos estes fatores, devem ser levados em consideração quando se trata de planejar a dieta de idosos, frisa o médico.
O idoso é em geral menos ativo fisicamente, e por isto tende a consumir menos calorias que os indivíduos mais jovens. Este fator já representa um risco aumentado de deficiência para várias vitaminas e minerais. Outra conseqüência é a alteração da sua composição corporal com diminuição da massa corporal seca (notadamente músculos e ossos) e um aumento da gordura corporal total.

No idoso, de acordo com o médico, o desenvolvimento da
desnutrição tem alguns detalhes, que se não observados podem fazer com que o médico ou nutricionista não chegue ao diagnóstico correto. "O isolamento, a perda do cônjuge, a depressão, a demência, a anorexia, o uso de medicamentos, a diminuição da mobilidade, o consumo de álcool, o de tabaco, o estado da dentição, o uso de próteses, são condições que devem merecer uma atenção especial pois podem interferir tanto com o acesso a alimentos quanto com a sua ingestão".
A perda de peso e outras alterações no exame físico, tais como a diminuição de tecido adiposo, do tônus muscular e da saúde da pele, são importantes, mas devem ser interpretadas com cuidado. Mais importante parece ser uma avaliação funcional, que pesquise mudanças nos hábitos e na rotina diária de trabalho e de lazer.
Dieta variada - Saudável - Balanceada

De acordo com o especialista, existe o consenso de que o idoso deve receber uma dieta variada, saudável e balanceada. As necessidades protéicas, calóricas e de lipídeos diárias não são muito diferentes das de grupos mais jovens de pessoas. Deve-se ter o cuidado de adequar a dieta para os indivíduos com dificuldade de mastigação e deglutição, alerta o médico. As restrições dietéticas, decorrentes de doenças específicas, como a
diabetes ou das insuficiências de órgãos, devem ser respeitadas, o que não significa que a alimentação não possa ser saborosa. Eventualmente será mais importante recuperar ou preservar o estado nutricional de um idoso doente, prestando a atenção no prazer da alimentação e na conservação do apetite, do que respeitar restrições dietéticas muito rígidas.
O uso de suplementos vitamínicos pelos idosos merece um comentário à parte, pois segundo o médico, existem situações relacionadas ao envelhecimento e ao uso de dietas inadequadas, que fazem com que os idosos estejam mais propensos a ter carência de algumas vitaminas. "Este fato não justifica o uso indiscriminado de complexos vitamínicos nestas pessoas, ademais a maior parte dos idosos que recebe uma dieta adequada não apresentam sinais clínicos de deficiência vitamínica":ratifica.
O Dr. Mauro Kleber destaca sobre o cuidado especial deve ser dado à
vitamina B12, cuja deficiência é muito mais comum nesta faixa etária. Pessoas acima dos setenta anos têm uma incidência maior de gastrite atrófica, diminuição da acidez gástrica e da produção de fator intrínseco com conseqüente deficiência da absorção intestinal da vitamina B12. "A falta desta vitamina pode levar a anemia megaloblástica, neuropatia periférica, com dificuldades de marcha e déficits de cognição, e ela deve ser, quando necessário, administrada por via parenteral", frisa.

Vitaminas - Uma Necessidade do Idoso

O especialista acrescenta ainda que também são comuns entre os idosos as deficiências de vitamina D e cálcio. O envelhecimento leva a uma diminuição da absorção intestinal da vitamina D ativa e da capacidade da pele de produzir o seu precursor, a vitamina D3. A reposição de vitamina D deve ser feita com cuidado, pois é potencialmente perigosa, podendo levar a hipercalcemia e à morte. A absorção do cálcio também diminui com a idade e sua suplementação pode ser necessária, especialmente em mulheres em risco de osteoporose. A suplementação de cálcio está contra-indicada em pacientes com história de cálculos renais de cálcio, hiperparatireiodismo primário, sarcoidose e nos com hipercalciúria renal.
Nos idosos, tão ou mais freqüente do que a desnutrição, ocorre a desidratação, que deverá ser apropriadamente diagnosticada e corrigida pelos que os tiverem assistindo. "A alimentação do idoso obedece os mesmos princípios da de outras faixas etárias. A atenção especial que requerem algumas particularidades do envelhecimento, não cria nenhuma dificuldade ou cuidado extraordinário que não devesse fazer parte do cuidado habitual a ser prestado a um paciente", finaliza o especialista.


Fonte:  http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3776&ReturnCatID=1775


É Caduquice

Quem já não ouviu este termo em relação a um familiar?


Tudo começa assim, você ouve  de alguns vizinhos  ou de alguns membros da própria família , deixa para lá, não é nada, é coisa da idade, neste caso ouvi da minha cunhada quando ha muito tempo atrás e pela última vez, visitou minha mãe.


Durante a visita ela insistia:
D Lair faz aqueles bolinhos acucarados que a senhora faz tão bem, vir a São Paulo e não experimentar é a mesma coisa que ir a itália e não ver o Papa.
hahahahaha[risos meus]


Paguei para ver e não deu outra, a minha mãe D Lair fritou os tais bolinhos com vinagre.
E mais depois tive que ouvir que era coisa da idade, ou seja, caduquice, santa paciência ser obrigada a ouvir isto, dali em diante a questão do sinistro desconhecido o Alzheimer sempre recai historicamente em apenas um membro da família, a filha, está mesmo que subscreve estas linhas.


E entre um tropeço, um susto, uma descoberta: dois namorados ALZHE e MEIR.


Os irmãos e cunhadas?
Ah isto é abandono, na hora do batente todos caem fora!