quinta-feira, 20 de maio de 2010

Em 2009 a minha mãe com demência : prova dos nove

Sem você


Os dias iriam passar mais rapidamente, sem sentido, sem viso, sem trégua, sem desafios?
Quantas lágrimas secariam ao léu, desordenadamente num vento frio que me abateu na saída do trem.


Quisera eu sofrer menos, mas como não invento. sofri por mim e por você.
Quem me dera contar segredos, assim como quando aponto os dedos.


E assim...conto estrela que ali refletem minhas fases de menina que insiste em ser o que na vida não existe, quem me dera correr com a velocidade que digito.


E me encerrar quieta ao ventre seu e mexer na ancora das lembranças e me esconder meio fugidia a tantas e tantas recordações


Quem me dera prosseguir agora firme sem medo já que me debato em rios de chão que não são meus.
Sem você eu me fecho em conchas, perdida e sem estanques.


Estancar para que se a vida não provoca, mas se a vida não provoca eu me visto de salto.
Andarilho sairia a buscar a vida vã sem sentido de quem nada tem para fazer.


Assim quando os minutos me cobrassem atenção eu diria ao relógio, me esqueça meu tempo nem começou!
Mas como tenho você a gemer, a confundir as horas, dias, noites, calada eu me protejo dos seus delírios para ver o dia amanhecer.


Rosana Nied

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