John Martin (1789-1854) foi um notório pintor romântico inglês do século XIX.
“E pedindo a Jesus nos fortaleça a todos, no trabalho a que fomos conduzidos, de modo a entendermos além de nós, as bênçãos que nos felicita, rogo também ajuda para mim mesmo, a fim de que a Luz Divina me esclareça e auxílio, dentro do novo caminho de trabalho e elevação, porque, se a experiência carnal amadurece e passa, a vida prossegue e a luta continua....
“...MINHA FILHA!
Observando-me relegado às próprias obras (por que não confessar?), senti-me sozinho e amedrontei-me. Ensforcei-me por gritar, implorando socorro, porém, os músculos não mais me obedeceram.
Busquei abrigar-me na prece, mas o poder de coordenação escapava-me.
Não conseguiria precisar se eu era um homem a morrer ou um náufrago a
debater-se em substância desconhecida, sob extremo nevoeiro.
Naquele intraduzível conflito, lembrei mais insistentemente o dever de orar nas circunstâncias mais duras... Rememorei a passagem evangélica em que Jesus acalma a tempestade, perante os companheiros espavoridos, rogando ao Céu salvação e piedade...
Forças de auxílio dos nossos protetores espirituais, irmanadas à minha confiança, sustaram as perturbações. Braços vigorosos, não obstante invisíveis para mim, como que me reajustavam no leito. Aflição asfixiante, contudo, oprimia-me o íntimo. Ansiava por libertar-me. Chorava conturbado, jungido ao corpo desfalecente, quando tênue luz se fez perceptível ao meu olhar. Em meio do suor copioso lobriguei minha filha Marta a estender-me os braços. Estava linda como nunca. Intensa alegria transbordava-lhe do semblante calmo. Avançou, carinhosa, enlaçou-me o busto e falou-me, terna, aos ouvidos:
- “Agora, paizinho, é necessário descansar”.
Tentei movimentar os braços de modo a retribuir-lhe o gesto de amor, mas não pude ergue-los. Pareciam guardados sob uma tonelada de chumbo.
O pranto de júbilo e reconhecimento, porém, correu-me abundante dos olhos. Quem era Marta, naquela hora, para mim? Minha filha ou minha mãe? Difícil responder. Sabia apenas que a presença dela representava o mundo diferente, em nova revelação.
E entreguei-me, confiado, aos seus carinhos, experimentando felicidade impossível de descrever...”
Pequeno trecho da da Obra “VOLTEI“ – Espírito: IRMÃO JACOB – Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
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